Não é ótimo quando você recebe convites IRRECUSÁVEIS, mesmo que eles sejam feitos de última hora? Foi assim que surgiu a participação de alguns representantes do Projeto Ação Cinema no quadro
CTRL+A da
Atlântida.
Galera do Ação Cinema dando entrevista pra Cátia do programa CTRL+A da Atlântida
A apresentadora Cátia entrou em contato comigo e fez o convite. Imaginem a situação: eu, tímida e insegura do jeito que sou, sendo convidada pra participar de um programa AO VIVO! Minha primeira reação foi me esquivar e jogar a batata-quente para os outros integrantes do Projeto. Porém, mais confiante e tendo ponderado um pouco mais os prós e contras, percebi que seria uma besteira sem tamanho não aceitá-lo. O Ação Cinema é um projeto iniciante, e embora tenha só 6 meses de vida, já trouxe resultados significativos para os alunos envolvidos. A participação no programa da rádio era uma grande oportunidade para divulgar o nosso trabalho, além de uma ótima chance para debater o cinema universitário como produção cultural e crítica.
Fábio e Cátia rindo da citação Felliniana da Cláudia
A entrevista foi descontraída. Rolou citação filosófica de diretores famosos e teve até piadinha com os gostos musicais “baseados em Bob Dylan” do Diego Cadorin (afinal, “baseado” e “Bob Dylan” na mesma frase soa suspeito, não soa?). A apresentadora conduziu a entrevista com perguntas a respeito do Projeto, do cinema atual e dos gostos pessoais de cada entrevistado. Em geral, sendo essa a primeira entrevista do Ação Cinema, acho que não nos saímos tão mal.
Diego arrependido por ter falado demais!
Espero sinceramente que outras oportunidades como essa sejam abertas, tanto para o Ação Cinema como para outros projetos de produção cinematográfica da região. Incentivo à cultura nunca é demais.
Pablo, Cláudia e Fábio ficando famosos!
"Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o que, mas sei que o universo jamais começou. Que ninguém se engane, só consigo a simplicidade através de muito trabalho. Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos - sou eu que escrevo o que estou escrevendo".
(LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Livraria José Olympio, 4. ed. pg 15.)
O cinema é uma arte que parte sempre de uma história, tenha ela acontecido ou não, seja ela real, ou mera imaginação de mentes fortes e férteis. E existe lugar com mais mentes férteis do que a publicidade? Os alunos de Comunicação Social da FURB acreditam que não, e é com muita criatividade e uma dose de espírito empreendedor que deram vida ao projeto Ação Cinema. O projeto para a produção de curta-metragens que teve início nas férias de 2006, conta hoje com dois filmes prontos: o "(In)feliz Aniversário" e o "Homem Solteiro Procura". Porém, “uma idéia na cabeça e uma câmera na mão” não funciona mais hoje em dia como funcionava para Glauber Rocha e trupe.
Que não se enganem os desavisados: a produção cinematográfica não é como a produção de filmes publicitários - até porque, o cinema no Brasil não recebe nem metade da atenção e do incentivo ($!) que recebe a propaganda. é triste saber que a Lei de Incentivo à Cultura no nosso país não tenha, por exemplo, uma parcela exclusiva destinada à sétima arte. É por este motivo que fazer cinema por aqui continua sendo sinônimo de depositar, além de energia e dedicação, dinheiro do próprio bolso. Mas quem é apaixonado por cinema (e os apaixonados são muitos!) não desanima com esse empecilho. É só prestar atenção aos últimos filmes brasileiros para perceber que a produção cinematográfica nacional está em uma de suas melhores fases, com representantes de calibre tanto no Brasil quanto lá fora. E nem é preciso ser cinéfilo para ficar orgulhoso com essa ascendência do "cinema da casa".
A grosso modo, fazer cinema hoje é difícil, mas é uma arte, e exige paixão. Se passa por perrengues e se luta constantemente contra a falta de incentivo, mas mesmo assim, o gosto pela mágica que esse trabalho transmite prevalece e é fator determinante para a produção cinematográfica no país.